Balanço do Panamericano confirma rombo de R$ 4,3 bilhões
Perdas do banco foram revistas pela nova administração.
Grupo Silvio Santos vendeu participação ao BTG por R$ 450 milhões.
O Banco Panamericano, que teve seu controle comprado pelo BTG Pactual, divulgou nesta quinta-feira balanço patrimonial confirmando que o rombo total nas contas chegou a R$ 4,3 bilhões.
No comunicado, o Panamericano informa que além do rombo inicial de R$ 2,5 bilhões, "a administração identificou irregularidades adicionais de R$ 1,3 bilhão inicialmente informados e
outros ajustes não relacionados a inconsistências no valor de R$ 0,5 bilhão".
A instituição mantinha em seu balanço como ativos carteiras de crédito que haviam sido vendidas a outros bancos. Também houve duplicação de registros de venda de carteiras, inflando o resultado do Panamericano, segundo identificou o Banco Central.
Segundo o balanço, o valor total de R$ 4,3 bilhões foi integralmente ajustado no balanço patrimonial e é a soma de: R$ 1,6 bilhão referente à carteira de crédito insubsistente, R$ 1,7 bilhão referente a passivos não registrados de operações de cessão liquidados/referenciados, R$ 500 milhões referentes à irregularidades na constituição de provisões para perdas de crédito; R$ 300 milhões referentes a ajustes de marcação a mercado; e R$ 200 milhões referentes a outros ajustes
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Segundo a agência Reuters, o banco registrou prejuízo líquido de R$ 133,617 milhões de reais no trimestre encerrado em dezembro do ano passado.
O Panamericano terminou o ano passado com carteira de crédito totalizando R$ 13,3 bilhões, contra 9,97 bilhões de reais em 2009, conforme resultado divulgado anteriormente.
O banco que pertencia a Silvio Santos, dono do SBT, protagonizou uma fraude contábil revelada em novembro do ano passado.
Em 31 de janeiro, o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, anunciou a compra do controle do Panamericano por R$ 450 milhões, assumindo 51% das ações com direito a voto que pertenciam ao Grupo Silvio Santos e parcela de papéis preferenciais da instituição.
O BTG deverá realizar uma oferta pública de ações para os acionistas pelo mesmo preço pago para as ações que pertenciam ao Grupo Silvio Santos. A instituição disse que se comprometerá a não fechar o capital do banco pelo prazo de um ano.
Em relação ao acordo operacional fechado com a Caixa, o banco informou que o portifólio de produtos poderá ser ampliado, além de haver a possibilidade de atuação das duas instituições em convênios e elaboração de estratégias "buscando aumento contínuo no marketing share e o alcance de novos mercados".